segunda-feira, 25 de abril de 2011

ATITUDE PELO MUNDO II - FAÇA O BEM A ALGUÉM

A única forma de mudar este mundo é mudando as pessoas! E, para mudá-las para melhor, nada mais apropriado do que fazer o bem a alguém.

A solidaridade, contudo, é rechassada por muitos por soar piegas e confundir-se com uma atitude cristã ou assistencialista. Contudo, embora respeite as convicções religiosas de cada um, não é nessas duas perspectivas que pretendo abordar essa prática, fundamental para a perpetuação da segunda Atitude pelo Mundo.

O bem a que me refiro é o bem-estar coletivo que devemos buscar em nossa postura ética laica em prol da harmonia social, como afirma o filósofo americano Richard Rorty.

Impossível falar de bem-estar nessa perspectiva de Rorty e não lembrar-me do sublime filme A Corrente do Bem, em que o jovem e singelo personagem Trevor (Haley Joel Osment) nos emociona com sua corrente em que se propõe fazer o bem a três pessoas, devendo cada uma delas escolher outras três para proporcionar algum tipo de atitude do bem, numa rede de benevolência infindável, utópica, mas, sobretudo, transformadora.


A força de transformação do bem é incomensurável e imprevisível – assim nos inspirou Nicholas Wilton.

Fazer o bem a alguém, ouvindo um desabafo triste, ajudando a resolver um problema, ficando em silêncio enquanto uma lágrima desce no rosto, compartilhando alimentos, uma palavra de conforto, prestando socorro, fazendo alguém (sor)rir, dizendo um sincero “eu te amo”, ajudando a fazer melhores escolhas, educando – estas são maneiras de transformar o mundo a partir da transformação do outro. E, como n’A Corrente do Bem, o alguém, apenas quando está bem, torna-se potencialmente capaz de fazer o bem a si, aos outros e ao planeta.

Além disso, mesmo que ninguém admita que o faça por esse motivo, não há crime em admitir que fazer o bem ao outro faz bem a nós mesmos, pois reafirma nosso bem-estar e nossa capacidade de transformação individual e social!

Não confundamos fazer o bem a alguém com dar esmolas ou fazer visitas “pão e circo” a instituições de caridade... Isso é assistencialismo – a deformação da assistência que causa dependência de quem o recebe.

Diferente disso, faça alguém independente, capaz de ajudar outras pessoas depois de ajudada, faça alguém feliz, como cantava Doris Day.



Se você tiver histórias e ideias que nos inspirem a fazer o bem a alguém, envie para o e-mail vamosmudarestemundo@gmail.com ou poste nos comentários desta página. O autor da melhor história, além de tê-la contada aqui, receberá um prêmio surpresa do blogue!

4 comentários:

  1. Demorei a postar devido ao corre-corre no trabalho... Muitos projetos pessoais e profissionais ao mesmo tempo... mas estou de volta e esperando por você! Um grande abraço!

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  2. Ótimo post, amigo. Para podermos universalizar a prática do bem, não podemos utilizar motivações particulares e/ou contingentes, já que estas são relativas. Deve-se utilizar uma motivação que é comum a todos nós: o simples fato de sermos humanos. Esta motivação é universalizável. Fazer o bem porque reconhecemos no outro um ser humano que precisa de nossa ajuda, solidariedade ou, simplesmente presença, tanto quanto nós necessitamos. Já dizia o filósofo alemão Martin Buber: "Quando digo eu, torno-me tu. Toda vida verdadeira é encontro". É preciso resgatar a alteridade laica, que extrai no próprio humano o essencial para nossa ética. Não precisamos fazer o bem porque seremos recompensados por uma entidade transcendente, pelo chefe ou por quem quer que seja. Além disso, é preciso superar - como você mesmo sublinhou - a visão assistecialista ou meramente caritativa do bem, que pode provocar nos receptores a acomodação - como frequentemente acontece na educação e nos planos assistencialistas do governo. Fazer o bem não pode se resumir a dar uma esmola, ajudar um idoso a atravessar a rua ou lavar os pratos dos outros - embora estas ações sejam louváveis. Mais louvável, contudo, é compreender o bem numa perspectiva mais ampla e significativa: o bem do planeta - que nos remete a nossas práticas em relação ao meio, com tudo que nele vive; o bem das minorias, que são agredidas física, verbal e simbolicamente por estruturas injustas e não equânimes, geradoras de círculos viciosos de miséria e violência; o bem do próprio indivíduo - por meio de práticas que valorizem a prática do bem-estar físico e espiritual e da convivência pacífica com todos. Isso podemos fazer de diversas formas, mas principalmente por meio de nossas profissões, de nossas ações do cotidiano e da militância política e acadêmica. Óbvio que esbarraremos em estruturas cristalizadas. Mas não podemos desistir. As conquistas para o bem demoram, mas chegam. Olhemos para nosso passado e vejamos quanta coisa já conquistamos! =D

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  3. "É preciso resgatar a alteridade laica, que extrai no próprio humano o essencial para nossa ética." - É por este e outros comentários que me inspiro em suas ideias e não me sinto só na minha missão de comunicar e disseminar anseios e ideias para mudar este mundo! Obrigado por mais esta visita e por contribuir com as nossas discussões de forma tão valiosa! Um abraço, meu amigo!

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